segunda-feira, setembro 1

O telemóvel teima em não tocar. Não me ligas, não me mandas mensagem. Nem sequer me respondes ao que já tem dias. Mas não me importo.
Não te pressiono; penso para não te pressionar, mas a vontade é claramente contrária ao pensamento. A culpa é tua; a culpa é minha; ou talvez de nenhum dos dois e, assim, pontapeio a culpa para o acaso. Porque, sim, o acaso tomou conta de tudo, fez todos os preparativos: fez com que, por acaso, nos conhecêssemos; fez, por obras mágicas, que começássemos a falar e, como não há duas sem três, mascarou-te de tentação e eu caí. Mas, sabemos, tu e eu, de olhos fechados, que o acaso é assim: mete as pedras no caminho e nós, sem querer tropeçamos e caímos.
Para a próxima, lembra-me, tenho de estar mais atento.
Enfim, as horas passam e só se ouve o som da televisão e os meus maxilares a rebentar com o milho que não saiu da casca. Ainda espero por ti, pela tua resposta ou por mais que isso. Espero, mas não me importo.
Afinal, o filme só começou agora e eu ainda tenho muitas pipocas.

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