sexta-feira, fevereiro 6

Porque

Porque antes eu não tinha sombra
Porque nem mesmo o sol me fazia sombra.
O meu corpo parecia transparente seja nesta rua ou na outra.
Eu estava lá, para todos os olhos,
Mas era invisível.
Porque eu falava e era só e apenas silêncio
Fosse aqui ou lá fora.
Porque eu escrevia e queimava
Pois não se tratava de poesia nem prosa,
Mas de ti.
Porque eu esbracejava 
Como aquele louco,
 que vimos em lados opostos do cinema,
que tentava fugir da camisa de forças.
Porque eu não era nada e queria ser tudo.

Porque os teus olhos me faziam invisível,
Os teus ouvidos calavam-me,
(n)A tua boca,
Perdia-me.

Porque eu queria 
E tu dobravas sempre a esquina em sentido contrário.
Porque isto nem é prosa, nem poesia
É apenas mais de ti;
Uma mania.

1 comentário:

  1. Adorei, sabes que gosto deste registo.
    E na boca dela perdias-te talvez porque a boca dela te prendia. :)

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