quinta-feira, julho 2

Mãos

Se te largar a mão, não olhes para trás. 
A partir desse momento em que os nossos dedos deixam de se tocar seremos passado. Ou devemos sê-lo. Quando largamos a mão de alguém não é apenas o simples gesto de abrir mão. Se o fazemos é porque não queremos continuar, estamos cansados; é deixar de querer sentir a pulsação estonteante dos beijos rápidos; é deixar de acalmar os soluços do choro; é agarrar o pulso com força num "Estou aqui para ti!" silencioso. 
Estar de mãos dadas, não é olhar nos olhos. 
Estar de mãos dadas é mais que olhar nos olhos. 
São gritos, arrepios, suores, pulsações, tremores de medo, sentir aquela pele "fraca" depois de um beijo no pescoço; é sentir-te; sentir-nos.
Olhares podes trocá-los com todos; agora estar de mãos dadas e sentir... ambos sabemos que não é assim.
Mas isto é escrito, apenas.
Isto não aconteceu.
Eu não te larguei a mão. 
(Não larguemos as mãos)

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